Demência em Portugal: das narrativas sobre a doença aos custos financeiros

O projecto de doutoramento “Demência e doença de Alzheimer em Portugal: da progressão aos custos económicos” está a ser realizado pela doutoranda Patrícia Lindeza, sob a orientação dos Professores Mário Miguel Rosa e Manuela Guerreiro. A empresa de acolhimento deste projecto, no âmbito do doutoramento em saúde ambiental EnviHealth&Co, é a Merck Sharp & Dohme.

A prevalência de demência aumenta com a idade, duplicando a cada cinco anos após atingir os sessenta anos de idade. Com o aumento da longevidade e a melhoria de capacidade de diagnóstico, a prevalência global de demência tem aumentado de forma considerável e é expectável que este aumento seja acentuado no futuro.

A doença de Alzheimer é a condição demencial mais prevalente e a sua prevalência tem também aumentado de forma relevante, estimando-se que afecte cerca de 6% da população portuguesa. Para além do impacto financeiro associado à demência, é necessário considerar a dramática carga emocional que afecta os doentes e cuidadores, ao longo da progressão deste tipo de doença.

Apesar dos efeitos profundos da demência nos doentes e cuidadores, a informação epidemiológica sobre o impacto e custos associados a esta doença é muito escassa, particularmente, em Portugal.

Este projecto tem por finalidade contribuir para o conhecimento sobre o impacto total da demência em Portugal, tendo como objectivo estimar os custos socioeconómicos da doença e a sua envolvência em Portugal, incluindo o impacto económico e as percepções dos doentes e cuidadores informais em relação às mudanças no estilo de vida, qualidade de vida, custos percebidos e expectativas sobre a evolução da doença.

Entre os principais outcomes do estudo, prevê-se a obtenção de estimativas de custos directos e indirectos da demência em Portugal, assim como as perspectivas dos doentes e dos seus cuidadores informais sobre vivência com demência em Portugal.

Estes resultados serão úteis para a definição de políticas de saúde nesta área, nomeadamente para o delineamento de acções estratégicas de prevenção e intervenção nesta área da saúde, visando uma assistência eficaz aos doentes e cuidadores, ajustando as respostas a nível clínico (físico e psicológico) e social.