Nova publicação sobre o Mosquito da Dengue (Aedes Albopictus) em Portugal

O Doutor Hugo Costa Osório, investigador do CEVDI e ISAMB, publicou o artigo Detection of the Invasive Mosquito Species Aedes (Stegomyia) albopictus (Diptera: Culicidae) in Portugal, alertando para a presença do mosquito transmissor do vírus da dengue.

O mosquito transmissor do vírus da dengue (Aedes albopictus) foi detectado em Portugal em Setembro do ano passado, na freguesia de Guilhufe e Urrô, no Concelho de Penafiel, mais concretamente nas instalações de uma empresa que se dedica ao comércio de pneus usados. Aedes Albopictus é uma espécie de mosquito invasora, oriunda naturalmente do Sudoeste Asiático e que através do transporte passivo de ovos, nomeadamente no âmbito de actividades comerciais entre países, encontra-se numa fase de dispersão pela Europa, incluindo Portugal.

Em resposta a esta ameaça foi estabelecido um programa de vigilância local (REVIVE – Rede de vigilância de Vectores), da qual o autor do artigo, o Doutor Hugo Costa Osório, faz parte.

Dentro das amostras recolhidas pela REVIVE, no âmbito das actividades entomológicas, não foram identificados vírus patogénicos na espécime capturada e, até ao momento, foi observada uma reduzida abundância desta espécie em território nacional mas, ainda assim, verifica-se propensão para a dispersão e estabelecimento da espécie no nosso país.

Este resultado levanta algumas preocupações relativamente a potenciais surtos de doenças transmitidas por este mosquito. Segundo o autor, “é uma espécie de mosquitos importante em saúde pública por ser um importante vector de vírus e parasitas causadores de doença, nomeadamente Chikungunya, Dengue, Febre-amarela, Zika, Encefalite Japonesa e Dirofilária.

 

O Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas Doutor Francisco Cambournac (CEVDI) faz parte do Instituto Ricardo Jorge, localizado na freguesia de São João da Marateca, no Concelho de Palmela e é responsável pelo diagnóstico e investigação científica na área das doenças infecciosas transmitidas por vectores e com interesse para a saúde pública, com 4 linhas de investigação principais: 1) vírus transmitidos por vectores, 2) bactérias transmitidas por vectores, 3) artrópodes vectores e 4) roedores reservatórios. Desde 2008 que coordena uma rede de vigilância de vectores artrópodes a nível nacional: a REVIVE – Rede de Vigilância de Vectores.