Ecology Day webinar 2021

Convidados

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Francisco Antunes
Médico especialista em doenças infecciosas

AmargaridaAlho

Ana Margarida Alho
Médica veterinária e Médica interna em saúde pública

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Ricardo Rocha
Biólogo especialista em conservação e ecologia

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Luís Ribeiro
Jornalista

Apresentação

Até ao final deste século, estima-se que a população humana chegue aos 11 mil milhões. Nunca na sua História a superfície da Terra foi pisada por tantos pés humanos ao mesmo tempo. A par do crescimento populacional, observa-se a expansão dos grandes centros urbanos, cada vez mais densos, e a exploração de vastas áreas florestais, lá longe, para fins de produção de bens alimentares variados. Nos oceanos, cada vez mais quentes, cada vez mais ácidos, riscados por navios que queimam incessantemente fuelóleo, toneladas de lixo cumprem o princípio de Lavoisier: «Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.» Lá longe, naturalmente. Eventualmente no fundo. No céu, «o clima deve estar louco», um eufemismo possível para as alterações climáticas. A pressão antropogénica sobre o Planeta é, pois, cada vez maior. Uma pressão que não é apenas física, medida pelo número de pés que pisam a superfície por determinação da gravidade, mas também pela variedade dos comportamentos dos humanos. Afinal, contam os vários mitos da criação, no princípio não havia nada, para depois, num instante, passar a haver tudo, para proveito exclusivo, e algum prazer, dos humanos. Fonte inesgotável de vida, hoje começa a tornar-se claro, para nós, para alguns de nós, que o Planeta tem limites (Planet boundaries). Marte pode vir a ser algo mais do que apenas uma luxuosa estância de férias para gente rica.

Hoje, com a pandemia, percebeu-se que o que se passa lá longe tem potencial para afectar o mundo em todas as suas latitudes, com um profundo desprezo pela sociodemografia ou a economia dos lugares-outros. Hoje, com a pandemia, percebeu-se que um vírus, simples na sua aparência, insignificante na sua dimensão, é capaz de confinar, por quarenta dias, o mundo. Dos humanos, evidentemente. Hoje, percebeu-se algo que já se devia ter percebido lá atrás: o risco - sim, o risco, o perigo, o inconveniente - de cedermos à tentação de entrar na floresta escura, de pilhá-la, de derrubá-la, de procurar domesticá-la; o risco de, a cada pedra levantada, a cada árvore serrada, a cada animal esfolado, a cada gruta invadida, saltar algo dali que jamais suspeitaríamos existir. Um novo vírus, uma nova bactéria. Quem sabe, uma nova epidemia. Hoje, percebeu-se que, neste mundo, não há longe nem distância. Tudo está ligado por mil laços invisíveis.

O médico especialista em doenças infecciosas Francisco Antunes, a médica veterinária e médica interna de saúde pública Ana Margarida Alho e o biólogo especialista em conservação e ecologia Ricardo Rocha, reúnem-se para falar sobre os riscos globais para a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental associados à perturbação antropogénica dos ecossistemas, com particular ênfase para o risco de (re)emergência de doenças infecciosas.

Esta webinar é uma organização conjunta do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e a Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa e realiza-se no âmbito do Ecology Day 2021, uma iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Ecologia e European Ecological Federation e o apoio da Comissão Nacional da UNESCO.

Programa

17h00
Boas-vindas
João Silvestre Martins (AEFML)
Ricardo R. Santos (ISAMB/FMUL)

17h10
Ponto de partida
Francisco Antunes (SAMB/FMUL): Emergência e reemergência das doenças infecciosas - uma ameaça global
Ana Margarida Alho (USP/ACES Lisboa Norte): Zoonoses, o que o futuro nos reserva?
Ricardo Rocha (CIBIO/InBIO): Ação humana nos ecossistemas e (re)emergência de zoonoses

17h40
Conversa com Francisco Antunes, Ana Margarida Alho e Ricardo Rocha
Moderação: Luís Ribeiro (jornalista, Visão)

Apresentação dos convidados

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Francisco Antunes

Médico especialista em doenças infecciosas. Professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e investigador-coordenador do grupo de investigação «Ambiente e Doenças Infeciosas» do Instituto de Saúde Ambiental da FMUL. Foi director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de Santa Maria, CHULN, EPE, e director da Clínica Universitária de Doenças Infecciosas da FMUL. Foi ainda professor catedrático convidado do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, onde foi director da Unidade de Protozoários Oportunistas/VIH e outras Protozooses.

AmargaridaAlho

Ana Margarida Alho

Médica veterinária e Médica interna em Saúde Pública. Concluiu o Mestrado Integrado em Medicina Veterinária em 2012, na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. Em 2019, concluiu o Mestrado Integrado em medicina, na NOVA Medical School. É, actualmente, médica interna de saúde pública na Unidade Francisco George do ACES Lisboa Norte. Obteve o grau de Doutor em Ciências Veterinárias em 2017, no âmbito das doenças de transmissão vectorial, pela Universidade de Lisboa, complementado pelo título de Doutoramento Europeu pelo trabalho desenvolvido no Instituto de Parasitologia da Universidade de Zurique, Suíça. É uma verdadeira apaixonada pela Saúde Pública. Procura entrecruzar a tríade da Saúde Humana, Animal e Ambiental, numa verdadeira abordagem de “Uma Só Saúde – One Health”.

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Ricardo Rocha

Biólogo especialista em conservação e ecologia. Iniciou a sua carreira como biólogo da conservação na ilha da Madeira, seguindo-se lugares como Brasil, Madagáscar, Costa Rica, China, Quénia, Malásia, São Tomé e Príncipe e Finlândia. A sua principal área de interesse é o estudo dos efeitos antropogénicos sobre a perda de biodiversidade, em particular nas florestas tropicais. A sua investigação está relacionada com a avaliação do impacto da agricultura e da fragmentação de habitat nas comunidades que habitam as florestas tropicais, bem como a monitorização de espécies que persistem em ambientes humanizados. No seu doutoramento estudou o efeito da fragmentação da floresta tropical sobre a dinâmica espácio-temporal da comunidade de morcegos. Entre 2017 e 2019, foi investigador associado no Departamento de Zoologia, da Universidade de Cambridge. É, actualmente, investigador de pós-doutoramento no Centro de Investigação em Biodiversidade de Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto e da Universidade de Lisboa. O seu trabalho actual está relacionado com o papel dos morcegos enquanto supressores de pragas de insectos na agricultura e de vectores de doenças humanas na Madeira.

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Luís Ribeiro

Jornalista da revista Visão desde 1999. Especializou-se em ambiente, com particular ênfase nas alterações climáticas, tendo assinado o seu primeiro artigo sobre o tema – os efeitos do aquecimento global em Portugal – há 20 anos. Tem assistido às consequências das mudanças no clima em reportagens um pouco por todo o mundo: da destruição da Grande Barreira de Coral, na Austrália, ao degelo dos glaciares na Gronelândia e em Svalbard, passando pelas cheias do Zambeze em Moçambique e pelos incêndios em Portugal.

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