Artigo publicado na Lancet sobre as tendências evolutivas do IMC em crianças e adolescentes, entre 1975 e 2016

O artigo Worldwide trends in body-mass index, underweight, overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-based measurement studies in 128,9 million children, adolescents, and adults revela que a prevalência da obesidade entre crianças e adolescentes aumentou cerca de 10 vezes nos últimos 40 anos.

Este estudo, do qual o Investigador Osvaldo Santos é co-autor, é a meta-análise mais abrangente que foi alguma vez feita sobre o índice de massa corporal (IMC). A análise temporal revelou um aumento impressionante na prevalência da obesidade. Estima ainda que, em 2022, o mundo terá mais jovens obesos do que com peso a menos (ou seja, com magreza).

Este estudo destaca-se pelo facto de os dados permitirem um período longo de observação (1975 – 2016) e por comparar padrões entre crianças, adolescentes e adultos. Foi utilizada uma quantidade, sem precedentes, de dados populacionais provenientes de 200 países.

O aumento do IMC médio e da prevalência de excesso de peso entre crianças e adolescentes (entre 5 e 19 anos) oriundos de países de rendimentos altos tem vindo a estabilizar, apesar de ainda se situar em níveis demasiado elevados. Por outro lado, em África e na Ásia tem-se assistido a um aumento acelerado do índice de massa corporal.
O estudo alerta para a necessidade premente de implementar políticas coerentes, que regulem de forma mais efectiva e concertada diversas áreas relacionadas com a alimentação e nutrição, de modo a reverter tanto as tendências de subnutrição, como as de obesidade nas crianças e adolescentes.